Presidente do Instituto Cultural Juliana D’Agostini integra júri de concurso de piano na 43ª Semana Guimar Novaes em São Paulo
Não tem como falar de arte sem considerar o público. Entretanto, esse casamento está enfrentando um de seus maiores desafios: a Pandemia da Covid-19 em 2020. Em todo o mundo, diante da necessidade de promover ações preventivas à infecção viral, como uso de máscaras e higienização das mãos, nenhuma intervenção impactou tanto o setor cultural como o distanciamento/isolamento social.
Apesar dessas medidas serem fundamentais para controle epidemiológico e evitar sobrecarga de sistemas de saúde, é pertinente considerar que as atividades em museus, casas de espetáculos, teatros, cinemas e outros segmentos foram suspensas, afetando diretamente a economia vinculada à cultura, à qual representa mais de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e cerca de 5 milhões de postos de trabalho.
Assim como outros ramos de atuação, o setor cultural não abandonou seu público, pelo contrário, vem se adaptando com criatividade, tecnologia e construindo conexões. Para se ter ideia de como é importante aproveitar oportunidades, é curioso o caso da talentosa Pianista brasileira Guiomar Novaes, que com apoio do Governo de São Paulo, no início do século passado, conseguiu partir para a Europa, estudar em Paris e se tornar uma das maiores pianistas da época.
Anualmente, desde 1977, a cidade natal da artista, São João da Boa Vista (SP), realiza a tradicional “Semana Guiomar Novaes”: festival que homenageia a pianista, promovido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte – APAA e pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. O evento, marcado por espetáculos com dança, teatro e música, ganhou sua primeira versão preponderantemente digital.
A principal novidade da 43ª edição do festival foi o Concurso Virtual de Piano, transmitido pela internet e destinado a premiar pianistas do Estado, o qual contou com a presença da Presidente do Instituto Cultural Juliana D’Agostini integrando o júri e se apresentando no concerto de premiação, ocorrido no último dia 31 de outubro.
“Foi uma honra fazer parte deste júri juntamente com o Maestro João Carlos Martins, com quem toquei neste mesmo teatro há 15 anos acompanhada de sua orquestra Bachiana. O Brasil é berço de muitos talentos. Fiquei feliz por ver tanta qualidade musical nos jovens concorrentes.”
Ações como esta mostram que parcerias são e serão extremamente necessárias na retomada econômica cultural pós-pandemia, principalmente para rastrear problemas, analisar o mercado e lançar propostas de projetos para otimização produtiva no setor artístico, fortalecendo desta forma o legado da cultura na sociedade.